Na casa ao lado, em Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, Bernardo Guimarães escreveu "A Escrava Isaura", romance publicado em 1875.
FOLCLORE DE LAFAIETE
A maior festa do folclore
brasileiro é o Carnaval. Aqui em Lafaiete, na década de 40, o carnaval era uma
festa famosa e destacavam-se os blocos “verde e amarelo” (da Juventina), “da
falação” (de Braz Melilo Brandão) e o cordão “cutubinhas” (do Sílvio Campos).
Este último era constituído de várias alas de sambistas e possuía diversos carros
alegóricos no estilo dos carnavais carioca.
Outra festa folclórica era a
“Semana Santa”, e acontecia na paróquia São Sebastião, onde havia representações
de jovens que encenavam personagens bíblicas, participantes da vida de Jesus.
Jair Junqueira era um dos destaques, ele representava ora Moisés, ora o rei
Salomão.
As Festas Juninas também
pertenciam ao folclore de Lafaiete. Eram realizadas todos os anos, em casas de
família, nas ruas, clubes sociais, roças e educandários. As festas caipiras
eram realizadas principalmente nos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro.
Destacava-se como marcador de quadrilhas, Gilberto Victorino de Souza, além das
quadrilhas haviam casamentos típicos, espetáculos pirotécnicos, sanfonas e
danças populares como a mazurca, a rancheira, a polca e o maxixe.
Outra festa de Lafaiete e região
era o Congado, sendo o mais tradicional dirigido por Sr. Antônio Procópio da Silva,
que após o natal, saia com os colegas, tocando, dançando e cantando, indo a pé
às localidades de Belo Vale, Jeceaba, Casa de Pedra, Congonhas, chegando enfim
em Lafaiete, terminando esse processo em 06 de janeiro, que é Dia de Reis.
Lafaiete também tem suas lendas e
a mais conhecida é da antiga Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que existia no
entroncamento da atual rua Benjamin Constant com a Alameda 2 de Novembro.
Segundo a tradição, debaixo dessa igreja vivia um dragão adormecido, sendo que,
se a igreja fosse demolida, o dragão acordaria e destruiria toda a cidade.
Há também contos da época da
exploração do ouro em Itaverava, Catas Altas, Ouro Branco e outros locais da
região. De acordo com nossos antepassados houve o desaparecimento de uma tropa
que carregava ouro quando passavam por aqui, no local denominado “Pinheiros”.
Com isso, muitos aventureiros vinham para cá para explorar. Apesar de fazerem
constantes escavações, nada encontraram.
CAPELA DE NOSSA SENHORA
DAS CANDEIAS
O movimento para a construção da
capela iniciou-se em 1906, e foi organizado por uma comissão de moradores. O
local a ser escolhido foi a colina que fica defronte à estrada de Congonhas, de
forma que o terreno foi doado pela família Dias de Souza.
A comissão angariou donativos no
bairro e na cidade. Os procuradores da capela eram Theófilo Joaquim de Sant’Ana
e José Joaquim de Sant’Ana e administravam a capela com a autorização do
vigário da freguesia. Na década de 10 (1910), a capela já estava concluída. A
partir daí a vida dos moradores passou a ser mais social devido às festas
religiosas, congados, leilões e barraquinhas. Essas festas eram animadas por
algumas pessoas, dentre elas Seu Gervásio Alves.
A imagem de Nossa Senhora das
Candeias era pequena e feita de madeira. Já em 1914 eram realizadas rezas na
capela em louvor da santa, de modo que a igreja era enfeitada com flores
artificiais e ficava mais iluminada, aí havia as coroações e Dona Júlia
Fernandes dos Santos era uma das que coroavam a santa.
Por volta de 1926 houve na cidade
uma grande epidemia de varíola, e foi estabelecido um grande isolamento. O
número de mortes aumentava e resolveram fazer um cemitério de emergência, sendo
que o local escolhido para tal fim foi os fundos da capela. Quando a BR foi
construída, as máquinas fizeram o desaterro e terraplanagem no local, de forma
que foram desenterradas ossadas humanas que foram sepultadas durante a
epidemia.
Na década de 60 a capela já não
atendia a todos os moradores por ser pequena. Dessa forma foi projetada uma
outra maior, moderna e mais confortável, a capela foi demolida e deu lugar à
Igreja de Nossa Senhora da Luz. Quem deu grande contribuição nesse feito foi o
pároco da matriz de São Sebastião, Padre Antônio Ferreira. Em 2017, a paróquia
Nossa Senhora da Luz comemorou seus 24 anos de fundação.
REVOLUÇÃO LIBERAL DE
1842: QUELUZ É PALCO DO MOVIMENTO
A Revolta Liberal de Minas Gerais
iniciou-se quando em 10 de junho de 1842, um batalhão da guarda nacional
aclamou José Feliciano Pinto Coelho como presidente interino da província. Os
mineiros se recusaram a acatar as novas leis que eram consideradas reacionárias
e centralizadoras.
O presidente oficial da
província, Bernardo Jacinto da Veiga,
não se surpreendeu com a revolta e planejou a defesa. Sofreu algumas derrotas
no início, já que os rebeldes atacavam vários pontos da província, o que
confundia o governo.
A principal vitória dos mineiros foi em Queluz. Devido às derrotas e notícias da chegada de Caxias houve divergências internas entre os rebeldes, e a rivalidade entre grandes proprietários rurais dificultava a formação de uma liderança comum, o que causava o fracasso do movimento.
HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO
LIBERAL DE 1842
Volta do presidente interino para a cidade de São João Del-Rei; a vila
de Queluz é atacada pelas forças da legalidade
A notícia de que o presidente
interino se achava na vila de Queluz, apoiado somente nas forças daquele
município, fez cobrar ânimo ao presidente Veiga,
que dobrou os reforços para aumentar as suas, a fim de com elas fazer uma
tentativa sobre Queluz. Com efeito, mais desassombrado se achava o presidente
legítimo pelo reforço que lhe trouxera o comandante superior da G. N. Badaró,
sendo o primeiro que acudiu ao reclamo da legalidade, reunindo uma coluna com
que entrara na capital da Província em apoio ao governo legítimo.
Assim pôde o presidente Veiga reunir três colunas que mandou
postar no arraial de Congonhas, no de Catas Altas da Noruega, e a do centro no
Ouro Branco, a cuja frente estava o comandante das armas José Manuel Carlos de
Gusmão, sustentado por um parque de artilharia.
Uma ordem que chamasse
prontamente para Queluz as forças estacionadas em São João Del-Rei e Barbacena
e apertar a capital, e procurar meios de comunicação com o norte da Província,
fazendo que se aproximassem por aquele lado as forças que se achavam em Santa
Bárbara, teria salvado os insurgentes; ... O presidente interino, depois de dar
ordens para que fosse reforçada a coluna de Queluz com alguns contingentes,
retrocedeu para São João Del-Rei, para onde convocou a Assembleia Provincial,
deixando ao comandante Antônio Nunes Galvão o encargo de repelir com uma tão
diminuta força as três colunas do governo, se pretendessem elas avançar para
São João Del-Rei ou Barbacena.
...
A retirada do presidente interino
de Queluz para São João Del-Rei foi um golpe mortal descarregado sobre o
movimento, em todos os lugares a que chegava essa notícia produzia ela geral
desânimo; não só porque faziam todos depender a salvação dos insurgentes da
tomada da capital, mas por que era um testemunho de fraqueza da parte destes, e
a consequência necessária de um tal fato seria a infalível dispersão daquela
coluna, a não ser o brio e dedicação da mesma, tão nobremente sustentado pelo
bravo que a comandava. De todos os erros, que para o diante se cometeram,
nenhum fora tão fatal ao movimento.
Reunião do Exército Insurgente – Ataque e tomada da Vila de Queluz
Marcharam as colunas de Barbacena
e São João Del-Rei a reunirem-se à que estava estacionada no Engenho dos
Cataguases, ao mando de Galvão, e no dia 22 de julho aí se achava reunido o
exército insurgente, e com ele o presidente interino...A vila de Queluz
abandonada por Galvão, pelo temor de ser nela atacada por todos os lados, e por
forças consideráveis, estava ocupada por uma forte coluna legalista ao mando do
Brigadeiro Manuel Alves de Toledo Ribas, o qual fez destacar para os pontos de
Santo Amaro e Bandeirinhas o batalhão provisório.
...
Por documentos oficiais, que
foram interceptados, se conheceu que se achavam entrincheirados na vila de
Queluz, e em ótimas posições, quatro batalhões, e vários contingentes de outros
corpos, além da cavalaria e artilharia, havendo-se ali reunido com as duas alas
do exército legalista, contendo para mais de setecentos homens comandados por
um oficial-general... Às nove horas e meia da manhã, a coluna “Galvão” sem
esperar que a outra se aproximasse dos
Pinheiros, ponto convencionado, carregou sobre os legalistas com tal
impetuosidade, que em pouco mais de um quarto de hora os desalojou das
multiplicadas trincheiras naturais e artificiais, que os defendiam,
acossando-os até a Praça da matriz, onde se achava a artilharia. Neste momento,
verdadeiramente crítico para a força legalista, foi ela também acometida pela
retaguarda, pela coluna Alvarenga, cujos atiradores ocupavam já as ruas e
quintais que ficam para o lado da estrada de Barbacena.
“Os rebeldes, em número de 1200
homens, não tendo mais de 400 homens bem armados, aproximaram-se no dia 26 de
julho, da Vila de Queluz, divididos em duas colunas com as quais foram
guarnecendo todas as alturas aquém da vila, tendo mandado na véspera, de noite,
uma força de 200 homens, comandados por um homem muito prático do lugar, cortar
as estradas do Ouro Branco e Congonhas para impedir a retirada da força da
legalidade; e logo que se aproximaram, romperam o fogo, que foi respondido por
algumas linhas de atiradores da legalidade entrincheirados e colocados à
pequena distância em frente da vila, mas tendo avançado a força rebelde, que de
noite havia passado além da vila, sem ser pressentida e rompendo fogo quase
dentro da vila, puseram-se em retirada as linhas de atiradores legalistas logo
às primeiras descargas dos rebeldes, e foram concentrar-se no interior da
povoação. O Sr. General-comandante retirou-se para a Matriz, onde se conservou
com a maior parte de sua força, apinhada no adro da igreja, sofrendo quase à
queima-roupa o fogo dos atiradores rebeldes, que com a maior audácia haviam
ocupado algumas casas ao lado da matriz, e que a coberto, dirigiam mortífero
fogo sobre os legalistas que se achavam
no adro da mesma igreja, ao mesmo tempo que outros rebeldes avançando sempre
encobertos pelos diferentes muros dos quintais, casas e arvoredos apertaram
quanto lhes foi possível o cerco da vila,
chagando mesmo a cortar a água dos sitiados; neste estado se conservaram
uns e outros, até que de noite se retirou em completa debandada o resto das
forças legais, deixando entre os rebeldes 50 homens mortos, 200 prisioneiros,
350 armas, uma peça de calibre 3, e toda a munição de guerra que ali havia; e
se os rebeldes os tivessem perseguido, quando se retiraram em perfeita
debandada, maior teria sido a perda deste infausto dia, no qual o Sr.
Brigadeiro Manuel Alves de Toledo deu provas de não ter a mais pequena ideia da
guerra, porque logo que viu que se não podia sustentar dentro da povoação,
devia retirar-se em ordem até ganhar o alto da Varginha, ou mesmo a Serra do
Ouro Branco; nunca os rebeldes os destroçariam, e dando assim tempo as forças
da legalidade, que estavam em Barbacena, a aproximaram-se de Queluz, ali teria
acabado a Revolução de Minas”.
Queluz pode-se dizer que fora o
teatro das glórias dos insurgentes, não só pelo valor com que se houveram no
combate, como pelo procedimento cavalheiro que tiveram depois do triunfo;
ocorreu aí um fato digno de mencionar.
Entre os oficiais que pretenderam
fugir na noite de 26 para 27, fora mortalmente ferido pelo fogo das guerrilhas
o capitão José Rodrigues Lages, e encontrado moribundo na manhã do dia 27 por
Florentino José Alves, Guarda Nacional insurgente.
...
A vitória de Queluz foi brilhante, e de imenso alcance para os insurgentes; mas não deixaram eles de sofrer aí uma perda mui grave, bem que constasse ela de um único subalterno da G. N., o filho do valente Galvão, jovem esperançoso para o País e a liberdade, distinto já pelo tino militar que apresentava e por uma indomável coragem... Este, ao cair mortalmente ferido, diz ao pai, que o sustinha nos braços: “Meu pai, acuda ao fogo, que eu já estou morto”.
Fonte: História da Revolução Liberal de 1842. MARINHO, José Antônio. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2015.
FÓRUM
A comarca de Queluz não possuía imóvel próprio para serviços
de justiça. A Câmara Municipal cedia um salão para que nele fossem realizados
esses serviços.
Em 1907 o Governo Estadual alugou o Solar Barão de Queluz
para ali instalar as repartições da justiça. Tempos após o Solar foi comprado
pelo Estado e adaptado para suas finalidades.
Fonte: Apontamentos para a história da cidade de Conselheiro
Lafaiete (antiga Queluz de Minas). ALBUQUERQUE, Romeu Guimarães de. Esdeva
Empresa Gráfica Ltda, 1978.
CONSELHEIRO
LAFAIETE FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Em pesquisa realizada em
2010, pelo Departamento Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de
Lafaiete, comprovou-se que duas partes do corpo esquartejado de Tiradentes
ficaram expostas na cidade. Além da perna direita, deixada na “Varginha do
Lourenço”, ponto de encontro dos inconfidentes, nosso município recebeu também
a perna esquerda do alferes, que ficou exposta no “Alto das Bandeirinhas”. A
comprovação foi baseada nos “Autos da Devassa” e em pesquisas de obras de
Márcio Jardim e Luiz Wanderlei Torres. Existe um monumento na Praça Tiradentes
desde 1988, com a seguinte frase: “É nosso dever manter viva a chama da
liberdade do maior herói nacional, Tiradentes”.
SAIBA
MAIS
Sofrendo opressão do
governo português no período colonial, alguns membros da elite brasileira se
indignaram e iniciaram reuniões a fim de conquistar a Independência do Brasil.
Além do líder, José Joaquim da Silva Xavier, o grupo ainda tinha como membros
os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa. Joaquim Silvério dos
Reis, um dos inconfidentes, denunciou o movimento às autoridades portuguesas em
troca do perdão de suas dívidas com a Coroa. Assim, todos os inconfidentes
foram presos e acusados por crime de infidelidade ao Rei. Tiradentes pagou o
maior preço por ser líder do movimento e foi condenado à forca em praça
pública. Apesar da derrota, a Inconfidência Mineira foi um dos importantes
movimentos históricos do país.
Antes da repressão, os
inconfidentes elaboraram uma nova bandeira do Brasil, formada por um triângulo
vermelho num fundo branco, com os dizeres em latim: “Libertas quae será tamen”,
que significa “Liberdade ainda que tardia”. Após mais de 170 anos, em 8 de
janeiro de 1963, foi instituída a bandeira do estado de Minas Gerais, baseada
na que seria utilizada após a Inconfidência Mineira e Independência do Brasil.
A cor vermelha do triângulo foi escolhida pela Assembleia Legislativa em alusão
ao ideal revolucionário dos inconfidentes.
Fonte: Jornal “Correio da
Cidade”, Abril de 2012.
A
BANDEIRA DO MUNICÍPIO
A bandeira de Conselheiro
Lafaiete é de autoria do heraldita Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, da
Enciclopédia Heráldica Municipal. A bandeira é enquartelada em cruz, sendo os
quartéis verdes, constituídos por quatro faixas brancas sobre faixas vermelhas,
dispostas duas a duas no sentido horizontal e vertical, e que partem do vértice
de um losango branco, no qual o brasão está inserido.
O estilo da bandeira
segue a tradição heráldica portuguesa, da qual se herda cânones e regras, com a
opção pelos estilos sextavados, esquartelados em cruz, ou em sautor e terciado,
sem ter adotado o estilo esquartelado em cruz, lembrando nesse simbolismo o
espírito cristão do povo lafaietense.
O brasão, ao centro,
simboliza o Governo Municipal e o losango representa a cidade – sede do
município. As faixas simbolizam o Poder Municipal, que se expande a todos os
quadrantes do território e os quartéis, assim constituídos, representam
propriedades rurais contidas no território municipal.
As cores da bandeira,
estão em conformidade com a tradição heráldica portuguesa, e devem ser as mesmas
constantes do campo de escudo do brasão; o verde simboliza em heráldica a
civilidade, honra, cortesia, alegria, abundância – é a cor da esperança que
alude aos campos verdejantes na primavera, esperando a colheita; o branco
simboliza a paz, a amizade, pureza, trabalho, prosperidade e religiosidade.
A bandeira municipal está
em conformidade com as regras heráldicas, ela tem as dimensões oficiais
adotadas para a Bandeira nacional, e considera 14 médulos de altura da talha
por 20 médulos de comprimento do retângulo.
Eustáquio Peixoto, o “Taquinho”,
dedicou grande parte de sua vida à fabricação das violas e outros instrumentos
de cordas, e atualmente é o único lafaietense que domina as técnicas para
fabricar as Violas de Queluz. Ele trabalhou na fábrica da família Salgado.
As violas tinham timbre e sonoridade
peculiares que atraíam as pessoas, tinham 12 cordas, sendo 6 nas duas primeiras
ordens, e 2 nas três outras ordens. Elas eram fabricadas com matéria prima da
região como o jacarandá violeta, o osso de canela de boi e a cola artesanal. A
produção durava em média uns 30 dias e grande quantidade delas eram vendidas no
“Jubileu de Congonhas”.
Fonte: Jornal Correio de Minas, 01/12/2007
ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
A Estação de Conselheiro Lafaiete
foi inaugurada em 13 de dezembro de 1883 pela Estrada de Ferro Central do
Brasil, na antiga Queluz. O prédio foi construído em estilo neoclássico,
arquitetura típica do século XX. O conjunto ferroviário compreendia a grande
travessia entre a praça Getúlio Vargas e a rua Marechal Floriano Peixoto, o
pátio de estacionamento de veículos de aluguel – área do 5º depósito, o bar da estação
e as dependências administrativas do serviço ferroviário. Ao longo do perímetro
funcionava a Caldeiraria e a Oficina de Reparos.
No dia da inauguração a cidade acordou
em festa. Os conservadores e a nobreza queluziana resolveram descer da cidade
alta para se deslumbrarem com o melhoramento do século: a inauguração da ferrovia
e da Estação de Lafayette. E como a data era importante, os tradicionais
cavalheiros e damas vestiram seus fraques, cartolas e vestidos longos e foram
curiosos à praça da Estação para esperar a chegada da primeira máquina.
Houve discurso de autoridades, bandas
de música e foguetes. Quando surgiu a Maria-Fumaça, uns se entusiasmaram e
outros ficaram surpresos. Foi como um presente de Natal que aportou em nossa
terra, naquela manhã ensolarada, a primeira locomotiva, trazendo engenheiros,
autoridades e a esperança de novos dias.
Antes da chegada da ferrovia à nossa cidade, os meios de transporte utilizados aqui eram o cavalo, a charrete
e a carruagem. Para cargas, usavam as tropas de burros e os carros de boi. A única estrada rodoviária que cortava a
cidade de Queluz era a Estrada Real, porém era precária para a passagem de
pessoas e cargas, além de levar dias para chegar as mercadorias. Devido às
condições da estrada, o comércio ficava prejudicado pela demora na entrega e
extravio das mercadorias. A chegada da ferrovia abria novos horizontes para o
desenvolvimento futuro da cidade.
A Estação foi batizada com o nome Lafayette em homenagem ao ilustre queluziano, Conselheiro do Império, Lafayette Rodrigues Pereira, nascido em Queluz.
Fonte: Jornal Panorama Cultural, Agosto de 1996 / Jornal Estado de Minas, Agosto de 2001.
FAZENDA PARAOPEBA
Localização – A Fazenda Paraopeba está localizada entre os
municípios de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e São Brás do Suaçuí. É um local
que privilegia o acesso às antigas vilas do ciclo do ouro. Os trechos da
Estrada Real também ficam próximos às terras da fazenda, constituindo, dessa
forma, um terreno fértil para as complicadas relações sociais e econômicas dos
séculos XVIII e XIX em Minas Gerais.
Através de pesquisas acadêmicas
sobre a arquitetura colonial mineira, conheceu-se que o imóvel foi construído
em fases, a partir das primeiras décadas do século XVIII com o nome de Fazenda
Alta, sendo o proprietário Sr. João de Souza Lisboa. Porém há registros que
apontam outro nome para a primitiva construção, Fazenda do Covão.
A fazenda foi leiloada em 1779 e
arrematada por Inácio José de Alvarenga Peixoto. No entanto quem a adquiriu
legalmente foi o pai de sua esposa, Bárbara Heliodora, o Sr. José da Silveira e
Sousa, isto porque Alvarenga era Ouvidor da Comarca do Rio das Mortes e isso
lhe impedia de realizar tais negócios na capitania mineira.
A fazenda e a Inconfidência Mineira – José Inácio Alvarenga
Peixoto, Padre Fajardo e Tomás Antônio Gonzaga são pessoas que participaram do
movimento da Inconfidência Mineira, também elencados em depoimentos nas
investigações – A Devassa – que os relacionam à propriedade do Alvarenga no
arraial dos Carijós. O Dr. Tomás Antônio Gonzaga é citado como interveniente
nas negociações de aquisição da fazenda para o Alvarenga, contrariando as leis
da Coroa Portuguesa.
Em 20 de maio de 1789, em
depoimento de Francisco Antônio de Oliveira Lopes, disse que foi dormir na
Fazenda Paraopeba do Alvarenga Peixoto, e lá, no outro dia, depois da missa
celebrada pelo padre José Maria Fajardo de Assis, soube pelo militar cabo Pedro
de Oliveira e Silva, que o alferes Tiradentes e Joaquim Silvério dos Reis
estavam presos no Rio de Janeiro. Logo após as prisões, começou o processo de
sequestro de bens (1791) dos envolvidos na conspiração contra a coroa. A
Fazenda Paraopeba foi arrolada entre os bens do casal Alvarenga e Bárbara
Heliodora.
Outros donos, outras histórias, outros tempos – após uma sucessão
de proprietários, nas primeiras décadas do século XIX, o Sr. José Tavares de
Melo comprou a fazenda. Depois de algum tempo passou a ser do irmão dele, o
coronel Luiz Gonzaga de Melo, que em 1850 construiu uma ponte sobre o rio
Paraopeba nas proximidades da fazenda.
Segundo o projeto de restauro da
Fazenda Paraopeba, o coronel Luiz Gonzaga, Comandante Superior da Guarda
Nacional, foi quem fez alterações mais substanciais na fazenda, como a
construção da parte assobradada – semelhante a outras fazendas típicas do
século XIX, e a ampliação do curral para a criação de cavalos. O sobrado teve
sua edificação concluída em 1863, conforme placa indicativa de ferro fundido,
que antes era fixada na lateral esquerda do sobrado, e que hoje se perdeu.
Tombamento – O imóvel já era protegido pelo Conselho Municipal do
Patrimônio Histórico e Cultural através do tombamento municipal, quando em 2012
foi desapropriado pelo governo e contemplado pelo Ministério Público Estadual /
Curadoria do Patrimônio, com a assinatura de um Termo de Compromisso com o
Ministério Público e a mineradora Ferrous Resources do Brasil, em prol da
restauração e criação de um espaço cultural e ambiental na Fazenda Paraopeba.
Em 2017, concluído o restauro, a
fazenda foi entregue ao município de Conselheiro Lafaiete, que passou a
gerenciar o uso do imóvel com vistas à educação patrimonial e ambiental, e com
a criação do Memorial da Inconfidência Mineira, Memorial da Estrada Real e
divulgação de informações sobre a fazenda e seus antigos moradores.
Fonte: Revista Olhaí, Ano 7 –
julho de 2019 – Edição nº 35.
INAUGURAÇÃO DO PARQUE DE EXPOSIÇÕES TANCREDO NEVES
No dia 04 de
agosto de 1985 foi inaugurado em Conselheiro Lafaiete o Parque de Exposições e
Lazer Tancredo Neves. O evento contou com a presença de autoridades federais,
estaduais e locais. Iniciou-se as atividades com o descerramento do busto de
Tancredo Neves pelo Sr. Bernardo Tolentino, diretor da distribuição da CEMIG;
além do descerramento das bandeiras pelo prefeito Vicente Faria e Arnaldo Rosa
Prata, secretário de agricultura. Logo após a Sociedade Columbófila de
Conselheiro Lafaiete promoveu uma revoada de pombos. O padre Joseph Arnould
celebrou a missa e abençoou o parque. O presidente da Associação Brasileira de
Cavalo Campolina Emir Cadar entregou ao prefeito um cartão alusivo do evento.
Contou-se também com a banda do Nono Batalhão de Polícia Militar. Em nome do
governador Hélio Garcia falou o secretário Dr. Arnaldo Rosa Prata, que afirmou
ser a agricultura e pecuária de grande importância para Minas e o Brasil.
Em seguida
prefeito e autoridades presentes caminharam para o descerramento da placa com
os dizeres: “Parque de Exposições e Lazer”, obra projetada e executada na
administração do prefeito Vicente Faria em agosto de 1985. Houve também a
inauguração dos oito pavilhões e logo após o desfile dos animais e rodeio com a
equipe de Zé Capitão.
As atividades de inauguração se estenderam por toda a semana, até o próximo domingo. Na Segunda-feira houve julgamento de bovinos, show com o Trio Rompe Mundo, esgotamento das vacas do concurso leiteiro e música com a banda Gota d”Água. Na terça houve ordenha de animais, rodeio com a equipe Zé Capitão, show com o conjunto Sabor de Mel, seguida da apresentação da banda Gota D’Água. Na quarta houve ordenha, julgamento de bovinos, show com Ruy Maurity, acompanhado pela apresentação da banda Gota D’água. Na quinta houve ordenha, levantamento de mastro da Cavalhada em frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição com a presença de mouros e cristãos e rodeio com a equipe Zé Capitão. Na sexta houve julgamento de equinos e show para alunos do 1º grau da rede estadual e municipal. E ainda apresentação da cavalhada de Senhora dos Remédios e show com Lourenço e Norival, dupla caipira. No sábado houve concurso de marchas e equinos, apresentação da Cavalhada de Senhora dos Remédios, rodeio com equipe do Zé Capitão, show musical com Gil e Guaxupé e banda musical Gota d”água. No domingo houve encerramento com o desfile de máquinas dos bataticultores, show do programa Moura Júnior, cavalhada e show com o Trio Parada Dura.
Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto
de 1985.
Hasteamento da bandeira pelo prefeito Vicente Faria na cerimônia de inauguração do parque
CAPELA DA PAZ
Em uma enorme colina, à direita da “Estrada da Corte”, no final do “Caminho
de Varginha”, atual rua Duque de Caxias, que descia sentido ao Morro da Mina e
ao Gigante, havia um enorme bambuzal. Era uma espécie de paredão verde que se
avistava de longe, cobrindo todo o alto do morro, de forma que o povo o batizou
de Cabo Verde.
Há muitos anos, não se sabe o motivo, no alto do morro foi colocado um
grande Cruzeiro de madeira, ornamentado com os instrumentos de flagelação de
Jesus. Era costume de as pessoas passarem ali e deixarem uma esmola, aos pés do
Cruzeiro, após se benzerem. E havia boatos de que existia um esperto que se
apoderava das esmolas durante a noite.
Na década de 1910 morava no local o Sr. Antônio Benito, conhecido como
“Padreco”. Este era muito religioso e rezava terços em sua casa ou defronte ao
Cruzeiro, e servia café, broas de fubá, licores e outros doces. Com o dinheiro
arrecadado ele fez uma pequena capela, cercada de esteira, sendo esta a
primeira das diversas capelas que ali foram construídas.
Por volta de 1912 o Sr. Antônio Benito angariou fundos e conseguiu
construir uma capela melhor, de alvenaria e coberta de telhas; adquiriu um
sino, que foi colocado em estrado de madeira, à esquerda da capela; e ainda
doou uma imagem de Nossa Senhora da Paz para a capela.
Esta capela foi consagrada pelo vigário Padre Américo Taitson e durante o
governo do Dr. José Narcizo Queiroz Neto foi demolida, sendo edificada no lugar
uma outra maior, com uma torre. A nova capela de Nossa Senhora da Paz deu mais
vida ao bairro, de forma que as festas religiosas eram mais frequentadas. O
mestre de obras dela foi o Sr. Alagoas, e isto se deu entre os anos de 1955 a
1958.
Na década de 1960, mais precisamente em 1968, esta terceira capela foi
demolida, a fim de que no local fosse construído o Santuário do Sagrado Coração
de Jesus.
Fonte: Informativo mensal do Bairro Chapada, Agosto de 2001; reeditada através do Jornal Panorama, 1980. / Monografia de Conselheiro Lafaiete. PEREIRA, Nilce Alves. Sem data.
LENDAS DE QUELUZ: O PAU DE LETRA
Vivia na região de Ouro Preto e Ouro Branco, um garimpeiro que com muito trabalho conseguiu juntar boa quantidade de ouro. Naquela época o ouro era abundante e despertava a cobiça de muita gente.
Havia outros garimpeiros e
caboclos que o invejavam e por isso resolveram denunciá-lo às autoridades. Por
sorte de ter amigos confiáveis, o garimpeiro foi avisado sobre a denúncia e
aconselhado a fugir; mesmo assim as autoridades não deixaram de procurá-lo.
Um de seus fiéis amigos vendo que
as autoridades estavam próximas do rastro do garimpeiro, conseguiu encontrá-lo
a tempo na estalagem Bandeirinha, distante quatro quilômetros do centro da
cidade, para avisá-lo de que deveria seguir viagem para a metrópole. (Rio de Janeiro).
Assim foi voltando pela estrada
de Queluz, próximo à Fazenda Bananeiras (bairro Santa Matilde), aproximadamente
a dois quilômetros, o garimpeiro adentrou por uma trilha. Ao entrar, friamente
matou os três burros de carga e seu fiel escravo, enterrou tudo incluindo o
resultado de seu trabalho: quatro potes de ouro. Marcou o caminho com sinais em
uma árvore e seguiu viagem até o Rio de Janeiro com a ideia de voltar depois
para recuperar o ouro enterrado.
O trágico destino do garimpeiro
fez com que seu esconderijo fosse descoberto, preso pelas autoridades foi
torturado e jogado numa prisão para esquecimento, uma vez que nada confessou. Passados
alguns anos, um padre foi chamado para ouvir a confissão de um detento, que
morreu em seus braços após uma revelação. Nas memórias do sacerdote foram
encontrados os seguintes dizeres: “Fui chamado para atender a um moribundo na
prisão. Este, disse-me haver enterrado entre os corpos de um escravo e de três
animais de carga o resultado de seu trabalho, visto que as autoridades o
perseguiam. Fez em uma árvore alguns sinais para marcar o local, sendo este um
sítio, à margem da estrada bifurcada a dois quilômetros da Estrada Real”.
Daí a lenda se fez, a árvore com
os sinais do garimpeiro... o “pau de letra”.
Fonte: NASCIMENTO, Lívia, in: revista Projeto Conhecer V.1, Editor Eric Menezes, março de 2017.
MONUMENTO E PRAÇA DO
CRISTO
A estátua teve seu projeto
idealizador no governo de Pedro Silva (1977-1983), mas a conclusão da obra
aconteceu somente no governo de Vicente Faria Paiva (1983-1988). O monumento
foi planejado pelo engenheiro Orlando Baêta e esculpido pelo lafaietense
Vicente Martins Alves, conhecido como Vicente Rapadura. Inaugurado em 12 de
novembro de 1988, o monumento tem 28m de altura, sendo 15m de escultura e 13m a base, e
ainda 15m entre os braços, está localizado na Praça do Cristo, no bairro
Recanto dos Colibris. É um bem tombado pelo município.
O nome escolhido para a Praça homenageia José Maurício Henriques, apoiador da cultura local, modelo de competência, liderança e serviço aos mais necessitados. A praça conta com pistas de caminhada e skate, quiosques, playground infantil, quadra de areia, concha acústica para apresentações, vagão doado pela Rede Ferroviária Federal, entre outros.
Fonte: Jornal Correio da cidade, 01/06/2002; 13/10/2018; 17/11/2018. Foto disponível em <https://www.jornalcorreiodacidade.com.br/noticias/23067-praca-do-cristo-comeca-a-ser-reformada> acesso em 03/7/2024.
HISTÓRIA DO CARNAVAL
Aqui em Conselheiro Lafaiete, os primeiros movimentos carnavalescos eram
realizados em residências de importantes famílias.
A partir de 1910 inicia-se o carnaval de rua, tendo como cenário a Praça
Tiradentes, com os foliões se divertindo ao som de bandas de músicas que
tocavam em uma espécie de coreto montado. Aí, vários blocos, de diferentes
bairros vinham participar, além dos cordões de clubes.
Com a chegada dos automóveis, surgiram os carros conversíveis, de onde
eram jogadas serpentinas e ajudavam na animação. Dentre os blocos, alguns se
tornaram tradicionais como o Bloco do Brás e dos Enfesados (década de 30); Bloco
dos Cutubinhas, dos Moreninhos da Vila Carijós e Bandinha Centro Ó Fônico
(década de 40); Bloco do Boi (década de 50).
A partir de 1930 os diversos clubes da cidade: Santa Cecília, Dom Pedro
II, Primavera Clube e Centro Operário iniciaram seus bailes carnavalescos. Entre
1949 e 1956 o Cordão do Bando da Lua marcou época, sua primeira sede
localizava-se na atual Praça 21 de Abril. Sô Nhonhô e Dona Alexandrina foram os
fundadores do clube. O cordão atravessava a cidade com gente de todo lugar
chegando até o Bairro Areal, Santa Matilde e Remonta. Em 1957 surge na cidade a
1ª Escola de Samba “Engole ele Paletó”, que se transformou em Grêmio Recreativo
Escola de Samba Engole Ele. Com o surgimento de outras escolas de samba como
“Os Infernais”, “Real de Queluz”, “Canto do Sabiá”, Unidos do Independente”,
“Unidos do São João”, “Rosa de Ouro” e outros, os desfiles passaram a ser
disputados em 1976.
A Escola de Samba Unidos do São João foi fundada em 2 de maio de 1976
por Antônio Madalena, recebeu a doação de instrumentos do Cordão do Bando da
Lua. Foi campeã no 1º carnaval que disputou, em 1977. Na década de 80 começou a
construir sua sede própria, localizada à Rua Olegário Pinto, 160. Após tempos,
renasceu em 2004 através de incentivadores como Adão e Walter Braga.
Já os blocos caricatos surgiram em 1966, trazendo nova modalidade para a
diversão. O primeiro bloco surgiu em 1966, na Praça Nossa Senhora do Carmo com
o nome “Bloco Caricato os Loucos da Bateria”, de forma que seus desfiles
aconteciam em uma carreta, que se transformava em um carro alegórico, onde
ficavam pessoas fantasiadas de personagens diversos, marcando um grande sucesso
e encerrando suas atividades em 1982. No ano de 1985 o Bloco Caricato “Os
Loucos da Bateria” retornou com o desfile e novamente desarticulou-se.
O Bloco da Gerarda teve inspiração do extinto Bloco da Juventina, do Bairro Rosário. Em 1985, ao aproximar o carnaval e, sem desfile das escolas de samba em Lafaiete, os irmãos da família Almeida fizeram um carnaval criativo e com muita animação. Inicialmente ficava a sede do Bloco na Rua Amazonas, 134, Bairro São João.
Os irmãos construíram uma boneca gigante, utilizando toda espécie de
material, surgindo assim a primeira Gerarda, com três metros de altura, cara
preta e cabeleira loira. No próximo ano foram acrescentados apetrechos, e foi
aumentando os personagens como o Patachoca, A Mariinha, Os quiabinhos, entre
outros. O trajeto ampliou-se e a Gerarda permaneceu na cidade, tornando o
evento de pré-carnaval com grupo de arrastão empolgante. Em 1994 foi construído
o Gerardo, para fazer corte à dama. Sempre no mesmo endereço, o Bloco da
Gerarda fazia também bom trabalho social.
O carnaval se mantém, e atualmente a referência em nossa cidade são os
blocos de carnaval, os quais se formam em vários bairros, trazendo divertimento
e alegria a todos.
Fonte: Jornal Expressão Regional, 11/01/2008
Fonte: Jornal LESMA – Conselheiro Lafaiete – nº 34 – Ano X – Inverno de 2008
Biblioteca Pública Municipal “Lafayette Rodrigues Pereira”
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