A BIBLIOTECA PÚBLICA

A Biblioteca é o centro de informações da comunidade. Sua função primordial é informar, com a responsabilidade de atender a todos. É mantida pela Prefeitura Municipal e recebe, também, doações da comunidade e de entidades. Atendimento: De segunda a sexta- feira, de 08h30 às 16h30. Endereço: Rua Barão de Suassuí, 106– Centro Conselheiro Lafaiete - MG CEP 36.400-130 Contato:(31) 3764-9802 - Opção 2 e-mail: bibliotecalafaiete@gmail.com facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100003122274784

CURIOSIDADES

IGREJA MATRIZ
Em 1709 foi criada a paróquia de Nossa Senhora da Conceição pelo Padre Gaspar Ribeiro Fonseca, enviado do bispo do Rio de Janeiro, Dom Francisco de São Jerônimo, e foi a 13ª de Minas, em ordem cronológica.O primeiro pároco foi o Padre Manoel Álvares Ventura, em 3 de julho de 1718. Segundo as anotações iniciais datadas de 1795, um dos primeiros casamentos realizados em agosto do referido ano, foi o enlace matrimonial de: João Crisosthomo de Magalhães e Francisca Maria Ribeiro de Castro.


CASA DE CULTURA
O solar de Dona Gabriella, hoje Casa de Cultura, construído no mais puro estilo colonial, teve sua construção nos fins do século XVIII, ou início do século XIX. É um dos poucos de sua época que ainda se encontra na cidade, possuindo na parte superior doze cômodos, outros quatro embaixo, ornamentado com belas  e trabalhadas sacadas de ferro. Possuía nos fundos grandes senzalas, hoje desaparecidas, onde ficavam os escravos. Há anos o velho solar é conhecido por toda a cidade como a Casa de Dona Gabriela, que Ao aposentar-se abriu junto ao sobrado uma escola particular, conhecida como a “Escola da Tia Biela”.

BERNARDO GUIMARÃES EM QUELUZ
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, poeta e romancista, nasceu a 15 de agosto de 1825 em Ouro Preto- MG, onde morreu a 10 de março de 1884. Foi juiz municipal em Goiás, professor de retórica e poética no Liceu Mineiro de Ouro Preto, e lecionou francês e latim em Queluz, atual Conselheiro Lafaiete- MG.


Na casa ao lado, em Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, Bernardo Guimarães escreveu "A Escrava Isaura", romance publicado em 1875.

PRIMEIRA PRAÇA DE ESPORTES MUNICIPAL
Inaugurada em 31 de agosto de 1983 – “Praça de Esportes Vereador Paulino Ricieri”, fica localizada na Praça Irmã Rita Teles, no final da Rua Brasil. Nesta praça foi construída uma quadra cimentada e cercada de tela, vestiários e um mini-parque infantil beneficiando àqueles que não eram associados dos clubes da cidade. Para esta inauguração, houve um movimentado programa, que começou com a bênção pelo Monsenhor José Sebastião Moreira, descerramento da placa inaugural, apresentação da Banda de Música Santa Cecília e uma série de oito jogos, envolvendo 16 times de futebol de salão. O primeiro jogo foi disputado entre os times da Prefeitura e da Câmara Municipal, com vitória da Prefeitura por 3 a 2.


RIO BANANEIRAS
Seu nome se deve à antiga estalagem das Bananeiras, que existia na saída da vila. Depois, ali naquele ponto, existiu a fazenda das Bananeiras, que por muitos anos pertenceu à família Amaral. Foi outrora, bastante caudaloso, um rio piscoso, margeado por mata ciliar nativa que atraia garças e anus brancos, servindo durante mais de século os primeiros habitantes e à população que dele tirava o sustento tanto alimentar quanto financeira. No tempo da vila, onde se encontravam as ruas Afonso Pena e Melo Viana, havia um rústico caminho denominado “Caminho do Rio”, por ele, desciam os moradores da vila para pescarem, e passavam os carros de boi que levavam areia do rio para as mais diversas construções. A areia retirada em diversos pontos, dava mão de obra para grande número de pessoas, “os tiradores de areia”. Inúmeros meninos tiravam areia do rio com objetivo de conseguir dinheiro para irem ao cinema. Também usavam o Bananeiras para lazer, nele muitos nadavam, uma vez que não existia piscinas e clubes na cidade. Quando se inaugurou a luz elétrica em Queluz, no ano de 1917, o Rio Bananeiras foi que com suas pequenas quedas d’águas deu ensejo ao fornecimento de energia. O rio, pelo razoável volume de água que possuía no passado, causava grandes enchentes, como a ocorrida em novembro de 1929, que inundou todo o antigo bairro de Lafayette.



O TEATRO EM QUELUZ
A organização teatral mais antiga registrada na cidade de Conselheiro Lafaiete, antiga Queluz de Minas, é datada no ano de 1885, com a instituição do grupo teatral ‘’Grêmio Familiar Queluzense’’, fundado por engenheiros residentes na cidade de Queluz de Minas, para trabalharem no prolongamento da Estrada de Ferro Dom Pedro II, além de contar com a participação de indivíduos locais. Dois anos depois, em 1887, surgia a agremiação teatral ‘’ Grupo dos Dez Amigos’’. O ‘’Grêmio Familiar Queluzense’’ cessa suas atividades quando os engenheiros da estrada de ferro são transferidos para outra cidade e O ‘’Grupo dos Dez Amigos’’ também interrompeu suas apresentações , devido ao falecimento de um dos seu integrantes. Vários anos se seguiram sem que os queluzianos pudessem desfrutar das noites teatrais. Em 14 de outubro de 1894, foi realizada uma reunião, com o objetivo de organizar um novo corpo cênico e construir um teatro na cidade. Ao grupo foi dado o nome de ‘’Sociedade Dramática dos Carijós’’, ao futuro prédio, ‘’Teatro Santa Cecília’’. O local escolhido para a construção do teatro foi um terreno ao lado da Câmara Municipal, atual prefeitura. A obra se deu de maneira rústica, muito próxima a de um barracão. As exibições teatrais sempre contavam com casa cheia e para aumentar o quadro financeiro, o teatro era alugado para outros grupos teatrais que surgiram, como os ‘’Girondinos’’ em 1900. Todo dinheiro arrecadado era acumulado para a construção do prédio, em pouco tempo o barracão se transformara no mais alto sobrado da rua, porém inacabado. Durante os esforços dos artistas cênicos no término da construção, destaca-se uma mulher, a pioneira do teatro queluziano, Placidina de Queiroz.

A inauguração do Teatro Municipal “Placidina de Queiroz” ocorreu no dia 21 de janeiro de 1988, no prédio da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete. O nome do teatro, é uma justa homenagem a mulher queluzitana pioneira de artes cênicas de nossa cidade. Uma época em que a mulher tinha pouco espaço fora de seu lar, Placidina foi à luta, quebrando conceitos e tabus, fundou um grêmio teatral, encenou peças e promoveu debates de textos teatrais considerados “ousados” para a época.


RELÓGIO DE QUELUZ

            O moderno relógio foi doado ao município pelo Dr. João Romeiro em 1974. Sua base foi projetada pelo decorador e escultor lafaietense Maurício Cardoso da Silva, a pedido do Rotary Club. A roda dentada que está ligada ao “regulador público”, nome pelo qual era chamado no passado é o símbolo do Rotary. O relógio está localizado no local onde antes ficava o abrigo de ônibus e é tombado como patrimônio histórico do município.
A DIMEP foi a empresa que fabricou o maquinário do relógio e infelizmente, ao longo dos anos, foram necessárias muitas reformas para mantê-lo funcionando devido aos estragos provocados por vândalos. O escultor Maurício participou de algumas dessas reformas, e, em 2007, lamentou o fato de ter encontrado uma pedra dentro do relógio, fazendo uma alerta para a necessidade da conscientização para preservar o patrimônio e evitar, assim, gastos públicos.


                            Bruna Gabriela Cardoso - Revista Olhai: ANO II, nº 10


FOLCLORE DE LAFAIETE

 

A maior festa do folclore brasileiro é o Carnaval. Aqui em Lafaiete, na década de 40, o carnaval era uma festa famosa e destacavam-se os blocos “verde e amarelo” (da Juventina), “da falação” (de Braz Melilo Brandão) e o cordão “cutubinhas” (do Sílvio Campos). Este último era constituído de várias alas de sambistas e possuía diversos carros alegóricos no estilo dos carnavais carioca.

Outra festa folclórica era a “Semana Santa”, e acontecia na paróquia São Sebastião, onde havia representações de jovens que encenavam personagens bíblicas, participantes da vida de Jesus. Jair Junqueira era um dos destaques, ele representava ora Moisés, ora o rei Salomão.

As Festas Juninas também pertenciam ao folclore de Lafaiete. Eram realizadas todos os anos, em casas de família, nas ruas, clubes sociais, roças e educandários. As festas caipiras eram realizadas principalmente nos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro. Destacava-se como marcador de quadrilhas, Gilberto Victorino de Souza, além das quadrilhas haviam casamentos típicos, espetáculos pirotécnicos, sanfonas e danças populares como a mazurca, a rancheira, a polca e o maxixe.

Outra festa de Lafaiete e região era o Congado, sendo o mais tradicional dirigido por Sr. Antônio Procópio da Silva, que após o natal, saia com os colegas, tocando, dançando e cantando, indo a pé às localidades de Belo Vale, Jeceaba, Casa de Pedra, Congonhas, chegando enfim em Lafaiete, terminando esse processo em 06 de janeiro, que é Dia de Reis.

Lafaiete também tem suas lendas e a mais conhecida é da antiga Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que existia no entroncamento da atual rua Benjamin Constant com a Alameda 2 de Novembro. Segundo a tradição, debaixo dessa igreja vivia um dragão adormecido, sendo que, se a igreja fosse demolida, o dragão acordaria e destruiria toda a cidade.

Há também contos da época da exploração do ouro em Itaverava, Catas Altas, Ouro Branco e outros locais da região. De acordo com nossos antepassados houve o desaparecimento de uma tropa que carregava ouro quando passavam por aqui, no local denominado “Pinheiros”. Com isso, muitos aventureiros vinham para cá para explorar. Apesar de fazerem constantes escavações, nada encontraram.

 Fonte: Monografia de Conselheiro Lafaiete. Nilce, Sem data.

Fonte: Correio da Cidade, 2011

Fonte: Folha de Lafaiete, 1985

Lenda: Ilustração: José Fernando da Silva




CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS

 

O movimento para a construção da capela iniciou-se em 1906, e foi organizado por uma comissão de moradores. O local a ser escolhido foi a colina que fica defronte à estrada de Congonhas, de forma que o terreno foi doado pela família Dias de Souza.

A comissão angariou donativos no bairro e na cidade. Os procuradores da capela eram Theófilo Joaquim de Sant’Ana e José Joaquim de Sant’Ana e administravam a capela com a autorização do vigário da freguesia. Na década de 10 (1910), a capela já estava concluída. A partir daí a vida dos moradores passou a ser mais social devido às festas religiosas, congados, leilões e barraquinhas. Essas festas eram animadas por algumas pessoas, dentre elas Seu Gervásio Alves.

A imagem de Nossa Senhora das Candeias era pequena e feita de madeira. Já em 1914 eram realizadas rezas na capela em louvor da santa, de modo que a igreja era enfeitada com flores artificiais e ficava mais iluminada, aí havia as coroações e Dona Júlia Fernandes dos Santos era uma das que coroavam a santa.

Por volta de 1926 houve na cidade uma grande epidemia de varíola, e foi estabelecido um grande isolamento. O número de mortes aumentava e resolveram fazer um cemitério de emergência, sendo que o local escolhido para tal fim foi os fundos da capela. Quando a BR foi construída, as máquinas fizeram o desaterro e terraplanagem no local, de forma que foram desenterradas ossadas humanas que foram sepultadas durante a epidemia.

Na década de 60 a capela já não atendia a todos os moradores por ser pequena. Dessa forma foi projetada uma outra maior, moderna e mais confortável, a capela foi demolida e deu lugar à Igreja de Nossa Senhora da Luz. Quem deu grande contribuição nesse feito foi o pároco da matriz de São Sebastião, Padre Antônio Ferreira. Em 2017, a paróquia Nossa Senhora da Luz comemorou seus 24 anos de fundação.

Fonte: Jornal Panorama, Ano II, nº 86, janeiro de 1980 / Jornal Correio da Cidade, maio de 2017.

                                                  Capela Nossa Senhora das Candeias - Fonte: Jornal Panorama, janeiro de 1980

                                                   Paróquia Nossa Senhora da Luz - Fonte: www.antonionoronhaimoveis.com




REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842: QUELUZ É PALCO DO MOVIMENTO

 

A Revolta Liberal de Minas Gerais iniciou-se quando em 10 de junho de 1842, um batalhão da guarda nacional aclamou José Feliciano Pinto Coelho como presidente interino da província. Os mineiros se recusaram a acatar as novas leis que eram consideradas reacionárias e centralizadoras.

O presidente oficial da província, Bernardo Jacinto da Veiga, não se surpreendeu com a revolta e planejou a defesa. Sofreu algumas derrotas no início, já que os rebeldes atacavam vários pontos da província, o que confundia o governo.

A principal vitória dos mineiros foi em Queluz. Devido às derrotas e notícias da chegada de Caxias houve divergências internas entre os rebeldes, e a rivalidade entre grandes proprietários rurais dificultava a formação de uma liderança comum, o que causava o fracasso do movimento.

 

Fonte: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do-brasil/brasil-monarquico/92-governo-pessoal-de-d-pedro-ii/10049-a-revolta-liberal-de-minas-gerais

 

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842

 

Volta do presidente interino para a cidade de São João Del-Rei; a vila de Queluz é atacada pelas forças da legalidade

A notícia de que o presidente interino se achava na vila de Queluz, apoiado somente nas forças daquele município, fez cobrar ânimo ao presidente Veiga, que dobrou os reforços para aumentar as suas, a fim de com elas fazer uma tentativa sobre Queluz. Com efeito, mais desassombrado se achava o presidente legítimo pelo reforço que lhe trouxera o comandante superior da G. N. Badaró, sendo o primeiro que acudiu ao reclamo da legalidade, reunindo uma coluna com que entrara na capital da Província em apoio ao governo legítimo.

Assim pôde o presidente Veiga reunir três colunas que mandou postar no arraial de Congonhas, no de Catas Altas da Noruega, e a do centro no Ouro Branco, a cuja frente estava o comandante das armas José Manuel Carlos de Gusmão, sustentado por um parque de artilharia.

Uma ordem que chamasse prontamente para Queluz as forças estacionadas em São João Del-Rei e Barbacena e apertar a capital, e procurar meios de comunicação com o norte da Província, fazendo que se aproximassem por aquele lado as forças que se achavam em Santa Bárbara, teria salvado os insurgentes; ... O presidente interino, depois de dar ordens para que fosse reforçada a coluna de Queluz com alguns contingentes, retrocedeu para São João Del-Rei, para onde convocou a Assembleia Provincial, deixando ao comandante Antônio Nunes Galvão o encargo de repelir com uma tão diminuta força as três colunas do governo, se pretendessem elas avançar para São João Del-Rei ou Barbacena.

...

A retirada do presidente interino de Queluz para São João Del-Rei foi um golpe mortal descarregado sobre o movimento, em todos os lugares a que chegava essa notícia produzia ela geral desânimo; não só porque faziam todos depender a salvação dos insurgentes da tomada da capital, mas por que era um testemunho de fraqueza da parte destes, e a consequência necessária de um tal fato seria a infalível dispersão daquela coluna, a não ser o brio e dedicação da mesma, tão nobremente sustentado pelo bravo que a comandava. De todos os erros, que para o diante se cometeram, nenhum fora tão fatal ao movimento.

Reunião do Exército Insurgente – Ataque e tomada da Vila de Queluz

Marcharam as colunas de Barbacena e São João Del-Rei a reunirem-se à que estava estacionada no Engenho dos Cataguases, ao mando de Galvão, e no dia 22 de julho aí se achava reunido o exército insurgente, e com ele o presidente interino...A vila de Queluz abandonada por Galvão, pelo temor de ser nela atacada por todos os lados, e por forças consideráveis, estava ocupada por uma forte coluna legalista ao mando do Brigadeiro Manuel Alves de Toledo Ribas, o qual fez destacar para os pontos de Santo Amaro e Bandeirinhas o batalhão provisório.

...

Por documentos oficiais, que foram interceptados, se conheceu que se achavam entrincheirados na vila de Queluz, e em ótimas posições, quatro batalhões, e vários contingentes de outros corpos, além da cavalaria e artilharia, havendo-se ali reunido com as duas alas do exército legalista, contendo para mais de setecentos homens comandados por um oficial-general... Às nove horas e meia da manhã, a coluna “Galvão” sem esperar que a outra se aproximasse  dos Pinheiros, ponto convencionado, carregou sobre os legalistas com tal impetuosidade, que em pouco mais de um quarto de hora os desalojou das multiplicadas trincheiras naturais e artificiais, que os defendiam, acossando-os até a Praça da matriz, onde se achava a artilharia. Neste momento, verdadeiramente crítico para a força legalista, foi ela também acometida pela retaguarda, pela coluna Alvarenga, cujos atiradores ocupavam já as ruas e quintais que ficam para o lado da estrada de Barbacena.

“Os rebeldes, em número de 1200 homens, não tendo mais de 400 homens bem armados, aproximaram-se no dia 26 de julho, da Vila de Queluz, divididos em duas colunas com as quais foram guarnecendo todas as alturas aquém da vila, tendo mandado na véspera, de noite, uma força de 200 homens, comandados por um homem muito prático do lugar, cortar as estradas do Ouro Branco e Congonhas para impedir a retirada da força da legalidade; e logo que se aproximaram, romperam o fogo, que foi respondido por algumas linhas de atiradores da legalidade entrincheirados e colocados à pequena distância em frente da vila, mas tendo avançado a força rebelde, que de noite havia passado além da vila, sem ser pressentida e rompendo fogo quase dentro da vila, puseram-se em retirada as linhas de atiradores legalistas logo às primeiras descargas dos rebeldes, e foram concentrar-se no interior da povoação. O Sr. General-comandante retirou-se para a Matriz, onde se conservou com a maior parte de sua força, apinhada no adro da igreja, sofrendo quase à queima-roupa o fogo dos atiradores rebeldes, que com a maior audácia haviam ocupado algumas casas ao lado da matriz, e que a coberto, dirigiam mortífero fogo sobre os legalistas que se  achavam no adro da mesma igreja, ao mesmo tempo que outros rebeldes avançando sempre encobertos pelos diferentes muros dos quintais, casas e arvoredos apertaram quanto lhes foi possível o cerco da vila,  chagando mesmo a cortar a água dos sitiados; neste estado se conservaram uns e outros, até que de noite se retirou em completa debandada o resto das forças legais, deixando entre os rebeldes 50 homens mortos, 200 prisioneiros, 350 armas, uma peça de calibre 3, e toda a munição de guerra que ali havia; e se os rebeldes os tivessem perseguido, quando se retiraram em perfeita debandada, maior teria sido a perda deste infausto dia, no qual o Sr. Brigadeiro Manuel Alves de Toledo deu provas de não ter a mais pequena ideia da guerra, porque logo que viu que se não podia sustentar dentro da povoação, devia retirar-se em ordem até ganhar o alto da Varginha, ou mesmo a Serra do Ouro Branco; nunca os rebeldes os destroçariam, e dando assim tempo as forças da legalidade, que estavam em Barbacena, a aproximaram-se de Queluz, ali teria acabado a Revolução de Minas”.

Queluz pode-se dizer que fora o teatro das glórias dos insurgentes, não só pelo valor com que se houveram no combate, como pelo procedimento cavalheiro que tiveram depois do triunfo; ocorreu aí um fato digno de mencionar.

Entre os oficiais que pretenderam fugir na noite de 26 para 27, fora mortalmente ferido pelo fogo das guerrilhas o capitão José Rodrigues Lages, e encontrado moribundo na manhã do dia 27 por Florentino José Alves, Guarda Nacional insurgente.

...

A vitória de Queluz foi brilhante, e de imenso alcance para os insurgentes; mas não deixaram eles de sofrer aí uma perda mui grave, bem que constasse ela de um único subalterno da G. N., o filho do valente Galvão, jovem esperançoso para o País e a liberdade, distinto já pelo tino militar que apresentava e por uma indomável coragem... Este, ao cair mortalmente ferido, diz ao pai, que o sustinha nos braços: “Meu pai, acuda ao fogo, que eu já estou morto”.

Fonte: História da Revolução Liberal de 1842. MARINHO, José Antônio. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2015.


Fonte: História da Revolução Liberal de 1842. MARINHO, José Antônio


FÓRUM


A comarca de Queluz não possuía imóvel próprio para serviços de justiça. A Câmara Municipal cedia um salão para que nele fossem realizados esses serviços.

Em 1907 o Governo Estadual alugou o Solar Barão de Queluz para ali instalar as repartições da justiça. Tempos após o Solar foi comprado pelo Estado e adaptado para suas finalidades.

Fonte: Apontamentos para a história da cidade de Conselheiro Lafaiete (antiga Queluz de Minas). ALBUQUERQUE, Romeu Guimarães de. Esdeva Empresa Gráfica Ltda, 1978.

Fonte: Álbum 3: Fotos antigas de Conselheiro Lafaiete - MG. LEITE, Etelvino, 2001


CONSELHEIRO LAFAIETE FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA

 

Em pesquisa realizada em 2010, pelo Departamento Histórico da Secretaria Municipal de Cultura de Lafaiete, comprovou-se que duas partes do corpo esquartejado de Tiradentes ficaram expostas na cidade. Além da perna direita, deixada na “Varginha do Lourenço”, ponto de encontro dos inconfidentes, nosso município recebeu também a perna esquerda do alferes, que ficou exposta no “Alto das Bandeirinhas”. A comprovação foi baseada nos “Autos da Devassa” e em pesquisas de obras de Márcio Jardim e Luiz Wanderlei Torres. Existe um monumento na Praça Tiradentes desde 1988, com a seguinte frase: “É nosso dever manter viva a chama da liberdade do maior herói nacional, Tiradentes”.

SAIBA MAIS

Sofrendo opressão do governo português no período colonial, alguns membros da elite brasileira se indignaram e iniciaram reuniões a fim de conquistar a Independência do Brasil. Além do líder, José Joaquim da Silva Xavier, o grupo ainda tinha como membros os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa. Joaquim Silvério dos Reis, um dos inconfidentes, denunciou o movimento às autoridades portuguesas em troca do perdão de suas dívidas com a Coroa. Assim, todos os inconfidentes foram presos e acusados por crime de infidelidade ao Rei. Tiradentes pagou o maior preço por ser líder do movimento e foi condenado à forca em praça pública. Apesar da derrota, a Inconfidência Mineira foi um dos importantes movimentos históricos do país.

Antes da repressão, os inconfidentes elaboraram uma nova bandeira do Brasil, formada por um triângulo vermelho num fundo branco, com os dizeres em latim: “Libertas quae será tamen”, que significa “Liberdade ainda que tardia”. Após mais de 170 anos, em 8 de janeiro de 1963, foi instituída a bandeira do estado de Minas Gerais, baseada na que seria utilizada após a Inconfidência Mineira e Independência do Brasil. A cor vermelha do triângulo foi escolhida pela Assembleia Legislativa em alusão ao ideal revolucionário dos inconfidentes.

Fonte: Jornal “Correio da Cidade”, Abril de 2012.


Fonte: Jornal Correio da Cidade, Abril de 2012

Fonte: Jornal Correio da Cidade, Abril de 2012


A BANDEIRA DO MUNICÍPIO

 

A bandeira de Conselheiro Lafaiete é de autoria do heraldita Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipal. A bandeira é enquartelada em cruz, sendo os quartéis verdes, constituídos por quatro faixas brancas sobre faixas vermelhas, dispostas duas a duas no sentido horizontal e vertical, e que partem do vértice de um losango branco, no qual o brasão está inserido.

O estilo da bandeira segue a tradição heráldica portuguesa, da qual se herda cânones e regras, com a opção pelos estilos sextavados, esquartelados em cruz, ou em sautor e terciado, sem ter adotado o estilo esquartelado em cruz, lembrando nesse simbolismo o espírito cristão do povo lafaietense.

O brasão, ao centro, simboliza o Governo Municipal e o losango representa a cidade – sede do município. As faixas simbolizam o Poder Municipal, que se expande a todos os quadrantes do território e os quartéis, assim constituídos, representam propriedades rurais contidas no território municipal.

As cores da bandeira, estão em conformidade com a tradição heráldica portuguesa, e devem ser as mesmas constantes do campo de escudo do brasão; o verde simboliza em heráldica a civilidade, honra, cortesia, alegria, abundância – é a cor da esperança que alude aos campos verdejantes na primavera, esperando a colheita; o branco simboliza a paz, a amizade, pureza, trabalho, prosperidade e religiosidade.

A bandeira municipal está em conformidade com as regras heráldicas, ela tem as dimensões oficiais adotadas para a Bandeira nacional, e considera 14 médulos de altura da talha por 20 médulos de comprimento do retângulo.

 Fonte: Jornal Espaço Notícias, Setembro/Outubro de 1999.



BASÍLICA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

A Basílica do Sagrado Coração de Jesus foi inicialmente uma igreja que começou a ser construída na década de 60 em Conselheiro Lafaiete. Teve como primeiro pároco o Monsenhor Hermenegildo, que faleceu em 06 de julho de 1994. Atualmente é a igreja mais importante da região e organiza a maior festa em honra ao Sagrado Coração de Jesus.
A paróquia do Sagrado Coração de Jesus foi criada pelo arcebispo Dom Oscar de Oliveira e seu primeiro pároco, Padre Hermenegildo, foi empossado em 1º de janeiro de 1965. Neste mesmo ano, às sextas-feiras, as visitas dos fieis se intensificaram  à antiga capelinha dedicada à Nossa Senhora da Paz, na qual se instalou a recém-criada paróquia. 
A imagem do Sagrado Coração de Jesus foi trazida por Dom Oscar em 25 de junho de 1966 e recebida por grande número de pessoas. O então Padre Hermenegildo não mediu esforços para que a grande obra chegasse ao término. No dia 02 de julho de 1967, após grande e fervorosa preparação, o pároco introduziu a prática da entronização dos Sagrados Corações de Jesus e Maria nos lares, dirigindo as cerimônias com transmissão pela Rádio Carijós de Conselheiro Lafaiete.
A construção do Santuário Arquidiocesano do Sagrado Coração de Jesus iniciou-se em 29 de julho de 1968 e as obras evoluíram rapidamente com as contribuições financeiras dos fieis. A solene sagração se deu em 08 de junho de 1975. O ano anterior foi considerado ano Santo, sendo que em 30 de junho de 1974 deu-se a peregrinação de milhares de fieis ao Santuário Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, que estavam acompanhados de seus respectivos párocos. Neste dia as cerimônias foram presididas pelo Arcebispo Dom Oscar de Oliveira. 
Doadas pelo senhor Arcebispo Dom Oscar, o santuário tem em seus altares as magníficas relíquias de São Concórdio e Santa Letância. No dia 23 de novembro de 2003, a igreja do Sagrado Coração de Jesus foi elevada a título de basílica. 
Fonte: https://www.facebook.com/basilicascjesuscl/ in: Encarte Curtindo Lafaiete Entretenimentos. Dezembro 2019 - Ano 2 - Nº 3. Jornal Correio da Cidade

Fonte: Encarte Curtindo Lafaiete Entretenimentos, 2019-Correio da Cidade

Fonte: Encarte Curtindo Lafaiete Entretenimentos, 2019-Correio da Cidade

Fonte: Encarte Curtindo Lafaiete Entretenimentos, 2019-Correio da Cidade



VIOLAS DE QUELUZ

Eustáquio Peixoto, o “Taquinho”, dedicou grande parte de sua vida à fabricação das violas e outros instrumentos de cordas, e atualmente é o único lafaietense que domina as técnicas para fabricar as Violas de Queluz. Ele trabalhou na fábrica da família Salgado.

 As violas tinham timbre e sonoridade peculiares que atraíam as pessoas, tinham 12 cordas, sendo 6 nas duas primeiras ordens, e 2 nas três outras ordens. Elas eram fabricadas com matéria prima da região como o jacarandá violeta, o osso de canela de boi e a cola artesanal. A produção durava em média uns 30 dias e grande quantidade delas eram vendidas no “Jubileu de Congonhas”.

Fonte: Jornal Correio de Minas, 01/12/2007

Fonte: Jornal Correio de Minas, 01/12/2007

Fonte: Folheto sobre as Violas de Queluz - Secretaria Municipal de Cultura - Governo do Município de Conselheiro Lafaiete



ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

A Estação de Conselheiro Lafaiete foi inaugurada em 13 de dezembro de 1883 pela Estrada de Ferro Central do Brasil, na antiga Queluz. O prédio foi construído em estilo neoclássico, arquitetura típica do século XX. O conjunto ferroviário compreendia a grande travessia entre a praça Getúlio Vargas e a rua Marechal Floriano Peixoto, o pátio de estacionamento de veículos de aluguel – área do 5º depósito, o bar da estação e as dependências administrativas do serviço ferroviário. Ao longo do perímetro funcionava a Caldeiraria e a Oficina de Reparos.

No dia da inauguração a cidade acordou em festa. Os conservadores e a nobreza queluziana resolveram descer da cidade alta para se deslumbrarem com o melhoramento do século: a inauguração da ferrovia e da Estação de Lafayette. E como a data era importante, os tradicionais cavalheiros e damas vestiram seus fraques, cartolas e vestidos longos e foram curiosos à praça da Estação para esperar a chegada da primeira máquina.

Houve discurso de autoridades, bandas de música e foguetes. Quando surgiu a Maria-Fumaça, uns se entusiasmaram e outros ficaram surpresos. Foi como um presente de Natal que aportou em nossa terra, naquela manhã ensolarada, a primeira locomotiva, trazendo engenheiros, autoridades e a esperança de novos dias.

Antes da chegada da ferrovia à nossa cidade, os meios de transporte utilizados aqui eram o cavalo, a charrete e a carruagem. Para cargas, usavam as tropas de burros e os carros de boi.  A única estrada rodoviária que cortava a cidade de Queluz era a Estrada Real, porém era precária para a passagem de pessoas e cargas, além de levar dias para chegar as mercadorias. Devido às condições da estrada, o comércio ficava prejudicado pela demora na entrega e extravio das mercadorias. A chegada da ferrovia abria novos horizontes para o desenvolvimento futuro da cidade.

A Estação foi batizada com o nome Lafayette em homenagem ao ilustre queluziano, Conselheiro do Império, Lafayette Rodrigues Pereira, nascido em Queluz.

Funcionários do 5º depósito da Central, em 13/05/1928

Travessia da Central - década de 60


Arnaldo Falcão e um grupo de colegas de trabalho na década de 60

Fonte: Jornal Panorama Cultural, Agosto de 1996 / Jornal Estado de Minas, Agosto de 2001.


FAZENDA PARAOPEBA

Localização – A Fazenda Paraopeba está localizada entre os municípios de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e São Brás do Suaçuí. É um local que privilegia o acesso às antigas vilas do ciclo do ouro. Os trechos da Estrada Real também ficam próximos às terras da fazenda, constituindo, dessa forma, um terreno fértil para as complicadas relações sociais e econômicas dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais.

Através de pesquisas acadêmicas sobre a arquitetura colonial mineira, conheceu-se que o imóvel foi construído em fases, a partir das primeiras décadas do século XVIII com o nome de Fazenda Alta, sendo o proprietário Sr. João de Souza Lisboa. Porém há registros que apontam outro nome para a primitiva construção, Fazenda do Covão.

A fazenda foi leiloada em 1779 e arrematada por Inácio José de Alvarenga Peixoto. No entanto quem a adquiriu legalmente foi o pai de sua esposa, Bárbara Heliodora, o Sr. José da Silveira e Sousa, isto porque Alvarenga era Ouvidor da Comarca do Rio das Mortes e isso lhe impedia de realizar tais negócios na capitania mineira.

A fazenda e a Inconfidência Mineira – José Inácio Alvarenga Peixoto, Padre Fajardo e Tomás Antônio Gonzaga são pessoas que participaram do movimento da Inconfidência Mineira, também elencados em depoimentos nas investigações – A Devassa – que os relacionam à propriedade do Alvarenga no arraial dos Carijós. O Dr. Tomás Antônio Gonzaga é citado como interveniente nas negociações de aquisição da fazenda para o Alvarenga, contrariando as leis da Coroa Portuguesa.

Em 20 de maio de 1789, em depoimento de Francisco Antônio de Oliveira Lopes, disse que foi dormir na Fazenda Paraopeba do Alvarenga Peixoto, e lá, no outro dia, depois da missa celebrada pelo padre José Maria Fajardo de Assis, soube pelo militar cabo Pedro de Oliveira e Silva, que o alferes Tiradentes e Joaquim Silvério dos Reis estavam presos no Rio de Janeiro. Logo após as prisões, começou o processo de sequestro de bens (1791) dos envolvidos na conspiração contra a coroa. A Fazenda Paraopeba foi arrolada entre os bens do casal Alvarenga e Bárbara Heliodora.

Outros donos, outras histórias, outros tempos – após uma sucessão de proprietários, nas primeiras décadas do século XIX, o Sr. José Tavares de Melo comprou a fazenda. Depois de algum tempo passou a ser do irmão dele, o coronel Luiz Gonzaga de Melo, que em 1850 construiu uma ponte sobre o rio Paraopeba nas proximidades da fazenda.

Segundo o projeto de restauro da Fazenda Paraopeba, o coronel Luiz Gonzaga, Comandante Superior da Guarda Nacional, foi quem fez alterações mais substanciais na fazenda, como a construção da parte assobradada – semelhante a outras fazendas típicas do século XIX, e a ampliação do curral para a criação de cavalos. O sobrado teve sua edificação concluída em 1863, conforme placa indicativa de ferro fundido, que antes era fixada na lateral esquerda do sobrado, e que hoje se perdeu.

Tombamento – O imóvel já era protegido pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural através do tombamento municipal, quando em 2012 foi desapropriado pelo governo e contemplado pelo Ministério Público Estadual / Curadoria do Patrimônio, com a assinatura de um Termo de Compromisso com o Ministério Público e a mineradora Ferrous Resources do Brasil, em prol da restauração e criação de um espaço cultural e ambiental na Fazenda Paraopeba.

Em 2017, concluído o restauro, a fazenda foi entregue ao município de Conselheiro Lafaiete, que passou a gerenciar o uso do imóvel com vistas à educação patrimonial e ambiental, e com a criação do Memorial da Inconfidência Mineira, Memorial da Estrada Real e divulgação de informações sobre a fazenda e seus antigos moradores.

Fonte: Revista Olhaí, Ano 7 – julho de 2019 – Edição nº 35.

Fonte: Revista Olhaí - julho de 2019
             Fonte: Revista Olhaí - julho de 2019


INAUGURAÇÃO DO PARQUE DE EXPOSIÇÕES TANCREDO NEVES

No dia 04 de agosto de 1985 foi inaugurado em Conselheiro Lafaiete o Parque de Exposições e Lazer Tancredo Neves. O evento contou com a presença de autoridades federais, estaduais e locais. Iniciou-se as atividades com o descerramento do busto de Tancredo Neves pelo Sr. Bernardo Tolentino, diretor da distribuição da CEMIG; além do descerramento das bandeiras pelo prefeito Vicente Faria e Arnaldo Rosa Prata, secretário de agricultura. Logo após a Sociedade Columbófila de Conselheiro Lafaiete promoveu uma revoada de pombos. O padre Joseph Arnould celebrou a missa e abençoou o parque. O presidente da Associação Brasileira de Cavalo Campolina Emir Cadar entregou ao prefeito um cartão alusivo do evento. Contou-se também com a banda do Nono Batalhão de Polícia Militar. Em nome do governador Hélio Garcia falou o secretário Dr. Arnaldo Rosa Prata, que afirmou ser a agricultura e pecuária de grande importância para Minas e o Brasil.

Em seguida prefeito e autoridades presentes caminharam para o descerramento da placa com os dizeres: “Parque de Exposições e Lazer”, obra projetada e executada na administração do prefeito Vicente Faria em agosto de 1985. Houve também a inauguração dos oito pavilhões e logo após o desfile dos animais e rodeio com a equipe de Zé Capitão.

As atividades de inauguração se estenderam por toda a semana, até o próximo domingo. Na Segunda-feira houve julgamento de bovinos, show com o Trio Rompe Mundo, esgotamento das vacas do concurso leiteiro e música com a banda Gota d”Água. Na terça houve ordenha de animais, rodeio com a equipe Zé Capitão, show com o conjunto Sabor de Mel, seguida da apresentação da banda Gota D’Água. Na quarta houve ordenha, julgamento de bovinos, show com Ruy Maurity, acompanhado pela apresentação da banda Gota D’água. Na quinta houve ordenha, levantamento de mastro da Cavalhada em frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição com a presença de mouros e cristãos e rodeio com a equipe Zé Capitão. Na sexta houve julgamento de equinos e show para alunos do 1º grau da rede estadual e municipal. E ainda apresentação da cavalhada de Senhora dos Remédios e show com Lourenço e Norival, dupla caipira. No sábado houve concurso de marchas e equinos, apresentação da Cavalhada de Senhora dos Remédios, rodeio com equipe do Zé Capitão, show musical com Gil e Guaxupé e banda musical Gota d”água. No domingo houve encerramento com o desfile de máquinas dos bataticultores, show do programa Moura Júnior, cavalhada e show com o Trio Parada Dura.

Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto de 1985. 

Inauguração do pavilhão dedicado à Luís Bertoleti: prefeito Vicente Faria; Carlos Cotta, secretário do governo e coordenação política;  presidente da Coab-MG, José Ubirajara Bertoleti e sua mãe.
Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto de 1985 

Prefeito Vicente Faria acompanhado pelo orador oficial, pelo diretor da CEMIG, Bernardo Tolentino e pelo representante da família Neves.
Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto de 1985

Público do dia da inauguração do Parque de Exposições
Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto de 1985

Hasteamento da bandeira pelo prefeito Vicente Faria na cerimônia de inauguração do parque
Fonte: Jornal Folha de Lafaiete, agosto de 1985

CAPELA DA PAZ

 Em um dos mais antigos bairros da cidade, desde a Vila de Queluz, se encontram citações sobre o local no livro de registros da Câmara Municipal, ficava a Capela da Paz, bairro Cabo Verde.

Em uma enorme colina, à direita da “Estrada da Corte”, no final do “Caminho de Varginha”, atual rua Duque de Caxias, que descia sentido ao Morro da Mina e ao Gigante, havia um enorme bambuzal. Era uma espécie de paredão verde que se avistava de longe, cobrindo todo o alto do morro, de forma que o povo o batizou de Cabo Verde.

Há muitos anos, não se sabe o motivo, no alto do morro foi colocado um grande Cruzeiro de madeira, ornamentado com os instrumentos de flagelação de Jesus. Era costume de as pessoas passarem ali e deixarem uma esmola, aos pés do Cruzeiro, após se benzerem. E havia boatos de que existia um esperto que se apoderava das esmolas durante a noite.

Na década de 1910 morava no local o Sr. Antônio Benito, conhecido como “Padreco”. Este era muito religioso e rezava terços em sua casa ou defronte ao Cruzeiro, e servia café, broas de fubá, licores e outros doces. Com o dinheiro arrecadado ele fez uma pequena capela, cercada de esteira, sendo esta a primeira das diversas capelas que ali foram construídas.

Por volta de 1912 o Sr. Antônio Benito angariou fundos e conseguiu construir uma capela melhor, de alvenaria e coberta de telhas; adquiriu um sino, que foi colocado em estrado de madeira, à esquerda da capela; e ainda doou uma imagem de Nossa Senhora da Paz para a capela.

Esta capela foi consagrada pelo vigário Padre Américo Taitson e durante o governo do Dr. José Narcizo Queiroz Neto foi demolida, sendo edificada no lugar uma outra maior, com uma torre. A nova capela de Nossa Senhora da Paz deu mais vida ao bairro, de forma que as festas religiosas eram mais frequentadas. O mestre de obras dela foi o Sr. Alagoas, e isto se deu entre os anos de 1955 a 1958.

Na década de 1960, mais precisamente em 1968, esta terceira capela foi demolida, a fim de que no local fosse construído o Santuário do Sagrado Coração de Jesus.

Fonte: Informativo mensal do Bairro Chapada, Agosto de 2001; reeditada através do Jornal Panorama, 1980. / Monografia de Conselheiro Lafaiete. PEREIRA, Nilce Alves. Sem data.

Primitiva Capela da Paz
Fonte: Subindo e descendo a ladeira. SILVA, Lucy de Assis. CMC, 2005

Capela da Paz com a torre
Fonte: Jornal A Palavra - Abril/Maio 2015

Festividades religiosas na Capela da Paz
Fonte: Subindo e descendo a ladeira. SILVA, Lucy de Assis. CMC, 2005


LENDAS DE QUELUZ: O PAU DE LETRA

Vivia na região de Ouro Preto e Ouro Branco, um garimpeiro que com muito trabalho conseguiu juntar boa quantidade de ouro. Naquela época o ouro era abundante e despertava a cobiça de muita gente.

Havia outros garimpeiros e caboclos que o invejavam e por isso resolveram denunciá-lo às autoridades. Por sorte de ter amigos confiáveis, o garimpeiro foi avisado sobre a denúncia e aconselhado a fugir; mesmo assim as autoridades não deixaram de procurá-lo.

Um de seus fiéis amigos vendo que as autoridades estavam próximas do rastro do garimpeiro, conseguiu encontrá-lo a tempo na estalagem Bandeirinha, distante quatro quilômetros do centro da cidade, para avisá-lo de que deveria seguir viagem para a metrópole. (Rio de Janeiro).

Assim foi voltando pela estrada de Queluz, próximo à Fazenda Bananeiras (bairro Santa Matilde), aproximadamente a dois quilômetros, o garimpeiro adentrou por uma trilha. Ao entrar, friamente matou os três burros de carga e seu fiel escravo, enterrou tudo incluindo o resultado de seu trabalho: quatro potes de ouro. Marcou o caminho com sinais em uma árvore e seguiu viagem até o Rio de Janeiro com a ideia de voltar depois para recuperar o ouro enterrado.

O trágico destino do garimpeiro fez com que seu esconderijo fosse descoberto, preso pelas autoridades foi torturado e jogado numa prisão para esquecimento, uma vez que nada confessou. Passados alguns anos, um padre foi chamado para ouvir a confissão de um detento, que morreu em seus braços após uma revelação. Nas memórias do sacerdote foram encontrados os seguintes dizeres: “Fui chamado para atender a um moribundo na prisão. Este, disse-me haver enterrado entre os corpos de um escravo e de três animais de carga o resultado de seu trabalho, visto que as autoridades o perseguiam. Fez em uma árvore alguns sinais para marcar o local, sendo este um sítio, à margem da estrada bifurcada a dois quilômetros da Estrada Real”.

Daí a lenda se fez, a árvore com os sinais do garimpeiro... o “pau de letra”.

Fonte: NASCIMENTO, Lívia, in: revista Projeto Conhecer V.1, Editor Eric Menezes, março de 2017.


MONUMENTO E PRAÇA DO CRISTO

 A estátua do Cristo Redentor foi inaugurada com o propósito de implantar uma imagem que representasse a cidade de Conselheiro Lafaiete nacionalmente. A praça de esportes e lazer veio a seguir.

A estátua teve seu projeto idealizador no governo de Pedro Silva (1977-1983), mas a conclusão da obra aconteceu somente no governo de Vicente Faria Paiva (1983-1988). O monumento foi planejado pelo engenheiro Orlando Baêta e esculpido pelo lafaietense Vicente Martins Alves, conhecido como Vicente Rapadura. Inaugurado em 12 de novembro de 1988, o monumento tem 28m de altura, sendo 15m de escultura e 13m a base, e ainda 15m entre os braços, está localizado na Praça do Cristo, no bairro Recanto dos Colibris. É um bem tombado pelo município.

O nome escolhido para a Praça homenageia José Maurício Henriques, apoiador da cultura local, modelo de competência, liderança e serviço aos mais necessitados. A praça conta com pistas de caminhada e skate, quiosques, playground infantil, quadra de areia, concha acústica para apresentações, vagão doado pela Rede Ferroviária Federal, entre outros.

Fonte: Jornal Correio da cidade, 01/06/2002; 13/10/2018; 17/11/2018. Foto disponível em <https://www.jornalcorreiodacidade.com.br/noticias/23067-praca-do-cristo-comeca-a-ser-reformada> acesso em 03/7/2024.

Monumento do Cristo - Fonte Correio da Cidade

Praça do Cristo - Fonte Correio Online <https://www.jornalcorreiodacidade.com.br/noticias/23067-praca-do-cristo-comeca-a-ser-reformada>


HISTÓRIA DO CARNAVAL

Aqui em Conselheiro Lafaiete, os primeiros movimentos carnavalescos eram realizados em residências de importantes famílias.

A partir de 1910 inicia-se o carnaval de rua, tendo como cenário a Praça Tiradentes, com os foliões se divertindo ao som de bandas de músicas que tocavam em uma espécie de coreto montado. Aí, vários blocos, de diferentes bairros vinham participar, além dos cordões de clubes.

Com a chegada dos automóveis, surgiram os carros conversíveis, de onde eram jogadas serpentinas e ajudavam na animação. Dentre os blocos, alguns se tornaram tradicionais como o Bloco do Brás e dos Enfesados (década de 30); Bloco dos Cutubinhas, dos Moreninhos da Vila Carijós e Bandinha Centro Ó Fônico (década de 40); Bloco do Boi (década de 50).

A partir de 1930 os diversos clubes da cidade: Santa Cecília, Dom Pedro II, Primavera Clube e Centro Operário iniciaram seus bailes carnavalescos. Entre 1949 e 1956 o Cordão do Bando da Lua marcou época, sua primeira sede localizava-se na atual Praça 21 de Abril. Sô Nhonhô e Dona Alexandrina foram os fundadores do clube. O cordão atravessava a cidade com gente de todo lugar chegando até o Bairro Areal, Santa Matilde e Remonta. Em 1957 surge na cidade a 1ª Escola de Samba “Engole ele Paletó”, que se transformou em Grêmio Recreativo Escola de Samba Engole Ele. Com o surgimento de outras escolas de samba como “Os Infernais”, “Real de Queluz”, “Canto do Sabiá”, Unidos do Independente”, “Unidos do São João”, “Rosa de Ouro” e outros, os desfiles passaram a ser disputados em 1976.

A Escola de Samba Unidos do São João foi fundada em 2 de maio de 1976 por Antônio Madalena, recebeu a doação de instrumentos do Cordão do Bando da Lua. Foi campeã no 1º carnaval que disputou, em 1977. Na década de 80 começou a construir sua sede própria, localizada à Rua Olegário Pinto, 160. Após tempos, renasceu em 2004 através de incentivadores como Adão e Walter Braga.

Já os blocos caricatos surgiram em 1966, trazendo nova modalidade para a diversão. O primeiro bloco surgiu em 1966, na Praça Nossa Senhora do Carmo com o nome “Bloco Caricato os Loucos da Bateria”, de forma que seus desfiles aconteciam em uma carreta, que se transformava em um carro alegórico, onde ficavam pessoas fantasiadas de personagens diversos, marcando um grande sucesso e encerrando suas atividades em 1982. No ano de 1985 o Bloco Caricato “Os Loucos da Bateria” retornou com o desfile e novamente desarticulou-se.

O Bloco da Gerarda teve inspiração do extinto Bloco da Juventina, do Bairro Rosário. Em 1985, ao aproximar o carnaval e, sem desfile das escolas de samba em Lafaiete, os irmãos da família Almeida fizeram um carnaval criativo e com muita animação. Inicialmente ficava a sede do Bloco na Rua Amazonas, 134, Bairro São João.

Os irmãos construíram uma boneca gigante, utilizando toda espécie de material, surgindo assim a primeira Gerarda, com três metros de altura, cara preta e cabeleira loira. No próximo ano foram acrescentados apetrechos, e foi aumentando os personagens como o Patachoca, A Mariinha, Os quiabinhos, entre outros. O trajeto ampliou-se e a Gerarda permaneceu na cidade, tornando o evento de pré-carnaval com grupo de arrastão empolgante. Em 1994 foi construído o Gerardo, para fazer corte à dama. Sempre no mesmo endereço, o Bloco da Gerarda fazia também bom trabalho social.

O carnaval se mantém, e atualmente a referência em nossa cidade são os blocos de carnaval, os quais se formam em vários bairros, trazendo divertimento e alegria a todos.

Fonte: Jornal Expressão Regional, 11/01/2008

Fonte: Jornal LESMA – Conselheiro Lafaiete – nº 34 – Ano X – Inverno de 2008

Biblioteca Pública Municipal “Lafayette Rodrigues Pereira”


Fonte: Jornal LESMA – Conselheiro Lafaiete – nº 34 – Ano X – Inverno de 2008
Fonte: Jornal LESMA – Conselheiro Lafaiete – nº 34 – Ano X – Inverno de 2008
Fonte: Jornal LESMA – Conselheiro Lafaiete – nº 34 – Ano X – Inverno de 2008
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 10/02/2007
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 10/02/2007
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 10/02/2007
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 10/02/2007
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 10/02/2007
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 19/02/2011
Moreninhos da vila Carijós, na década de 40
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 19/02/2011
Fonte: Jornal Correio da Cidade - 19/02/2011


 



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